Ecoturismo
O Que é a Estrada Real?
Utilizando velhas trilhas do índios Guianas, alguns bandeirantes, saindo da região de São Paulo, cortaram as matas e serras e abriram caminho para facilitar a locomoção e, assim, o transporte entre o litoral e a região mineradora.
Mais tarde este caminho de Paraty a Ouro Preto, foi chamado de Caminho Velho. Uma pequena alça estendida a esta estrada ate as importantes vilas de Sabará e Caeté. Agora chamado de Caminho de Sabarabuçu, esta extensão do Caminho Velho tinha como referência o Rio das Velhas e a Serra da Piedade.
Alguns anos depois, com a expulsão de piratas e ladrões do Porto do Rio de Janeiro e da Ilha Grande, o governo português incentivou a abertura de uma segunda via em direção a "terra das montanhas". Garcia Rodrigues, um explorador com vasta experiência planejou e executou a construção de um Caminho Novo, do Rio de Janeiro a Ouro Preto.
Existia, ainda um terceiro caminho, os dos Diamantes ligando Ouro Preto a Diamantina.
Por terem constituído, durante longo tempo, as únicas vias autorizadas de acesso à região das reservas auríferas e diamantíferas da capitania das Minas Gerais, os caminhos reais aquiriram, já a partir da sua abertura,natureza oficial.
A circulação de pessoas, mercadorias, ouro e diamante era obrigatoriamente feita por eles, constituindo crime de lesa-majestade a abertura de novos caminhos.
O interesse fiscal, base da política metropolitana para a região mineradora da colônia, prevalecia sobre qualquer outro: cumpria, antes de tudo, ter as rotas de comunicação com as minas devidamente controladas e fiscalizadas, para que nelas se pudesse extrair uma massa cada vez maior de tributos para o tesouro real.
O nome Estrada Real passou a aludir, assim, àquelas vias que, pela sua antiguidade, importância e natureza oficial, eram propriedade da Coroa metropolitana. Durante todo o século XVIII, e também em parte do XIX, quando a era mineradora já se fora e os caminhos se tornaram livres e empobrecidos, as estradas reais foram os troncos viários principais do centro-sul do território colonial.
Ao longo dos caminhos reais espalharam-se os antigos registros, postos fiscais de controle, alguns dos quais ainda podem ser apreciados na atualidade. Eram de diversos tipos: registros do ouro, que fiscalizavam o transporte do metal e cobravam o quinto; registros de entradas, que cobravam pelo tráfego de pessoas, mercadorias e animais; registros da Demarcação Diamantina, responsáveis pelo severo policiamento do contrabando e pela cobrança dos direitos de entrada na zona diamantífera; e contagens, que tributavam o trânsito de animais.
Os prédios dos registros eram instalados em locais estratégicos dos caminhos: passagens entre serras, desfiladeiros, margens de cursos de água. No seu interior se colocava o pessoal empregado: um administrador, um contador, um fiel e dois ou quatro soldados. Um portão com cadeado fechava a estrada.
As estradas reais foram, ainda, os eixos principais do intenso processo de urbanização do centro-sul brasileiro. Ao longo do seu leito ou nas suas margens se distribuíram as centenas de arraiais, povoados e vilas em que se organizou a massa populacional envolvida com a economia da mineração e com as economias a ela associadas.
O povoado à beira do caminho, com o cruzeiro, a capela, o pelourinho, o rancho de tropas, a venda, a oficina e as casas de pau-a-pique simbolizou, durante longo tempo, o processo de nucleação urbana do centro-sul da colônia. Povoados e vilas típicos foram visitados e descritos pelos viajantes europeus do século XIX, que nos deixaram páginas e páginas de notas de viagem sobre as paisagens e os núcleos urbanos que encontraram nas suas jornadas pelos caminhos coloniais brasileiros.
No auge da mineração, esses aminhos se viram percorridos por imigrantes paulistas, baianos, pernambucanos e europeus; por tropeiros do sul e de São Paulo; por boiadeiros do rio São Francisco e do rio das Velhas; por sertanistas da Bahia e das vilas paulistas; por escravos negros e índios; por mascates, administradores reais, homens do fisco, soldados mercenários e milícias oficiais.
A expansão originária dos primeiros grandes caminhos do centro-sul do território colonial conformou um dos mais significativos movimentos de apropriação do interior brasileiro e de sua integração com a faixa litorânea. Ampliando a base territorial da América portuguesa, as vias hoje reunidas sob o nome de Estrada Real foram, assim, fundamentais na história do povoamento e da colonização de vastas regiões do território brasileiro, tornando-se verdadeiros eixos históricos-culturais de construção de parte da nossa história.
Três séculos depois, o mesmo caminho por onde foram transportados ouro, diamantes e pedras preciosas de Minas Gerais para o resto do mundo está sendo redescoberto e revitalizado. São 1.410 quilômetros que cortam Minas Gerais, Rio de Janeiro e parte de São Paulo, passando por 177 cidades que possuem um rico acervo histórico, cultural, artístico, gastronômico, rural, religioso. As belezas naturais da região, como serras, cachoeiras, rios e florestas, também integram o patrimônio da Estrada Real.
Hoje, a Estrada Real possui em seu trajeto Patrimônios da Humanidade, como as cidades de Ouro Preto e Diamantina e o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas, e uma cidade em processo de obtenção deste título (Paraty). Além disso, estão presentes vários patrimônios naturais e histórico-culturais em nível nacional, estadual e municipal.
Essa revitalização é resultado de uma parceria do governo estadual com entidades como a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) e o Instituto Estrada Real. O projeto Estrada Real é a principal iniciativa do governo de Minas Gerais na área de turismo e o mais importante programa turístico em implantação no País. Seu objetivo é promover o desenvolvimento dos 162 municípios mineiros situados na área de influência da Estrada Real, por meio do incentivo ao turismo cultural, religioso, histórico e rural, ecoturismo e turismo de aventura.
Fonte; http://www.mg.gov.br/governomg/portal/c/governomg/conheca-minas/turismo/5680-estrada-real/26677-estrada-real/5146/5044
Comentários (3)
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